Estratégias para Aumentar as Vendas em Lojas Físicas

15-09-2025

Apesar da crescente digitalização do consumo, as lojas físicas continuam a desempenhar um papel essencial no retalho português.

Para muitos consumidores, visitar uma loja não é apenas um ato de compra, mas também uma experiência que envolve contacto direto com os produtos, interação com os vendedores e a confiança de poder ver, tocar ou experimentar antes de decidir. Em Portugal, esta dimensão presencial mantém um peso cultural significativo, mesmo com o crescimento do comércio eletrónico, grande parte da população valoriza a proximidade, o serviço personalizado e o envolvimento humano. É neste contexto que as estratégias de marketing aplicadas ao ponto de venda físico se tornam determinantes para aumentar as vendas e a fidelização.

Uma das primeiras dimensões a considerar é a forma como a loja se apresenta ao cliente, o layout, a organização dos produtos e a sinalização são elementos fundamentais para estimular o consumo. Estudos internacionais têm demonstrado que o merchandising bem estruturado, que privilegia a visibilidade dos produtos mais procurados, a colocação de artigos complementares lado a lado (cross-merchandising) e a criação de zonas de destaque para novidades ou promoções, aumenta significativamente a probabilidade de compra. Sendo que hoje em dia muitos consumidores ainda associam a experiência de compra à descoberta, estas práticas funcionam particularmente bem. Por exemplo, supermercados que colocam produtos de padaria ou pastelaria na entrada despertam emoções positivas e prolongam o tempo de permanência na loja, o que tende a refletir-se no valor do carrinho de compras.

A experiência em loja vai muito além da disposição física. Eventos, demonstrações de produtos e experiências sensoriais são estratégias que se têm mostrado altamente eficazes em ambientes competitivos e que encontram terreno fértil no nosso mercado. O consumidor português valoriza o fator "experimentar antes de comprar", e por isso degustações em supermercados, workshops em lojas de cosmética ou demonstrações de tecnologia em retalho especializado conseguem não só atrair visitantes, mas também criar uma ligação emocional entre o cliente e a marca. Estas iniciativas aumentam o tempo passado dentro da loja, e quanto mais tempo o cliente permanece no espaço, maior a probabilidade de realizar uma compra.

Outro fator crítico é a fluidez do processo de compra. Nada prejudica mais a experiência de cliente do que longas filas ou processos de pagamento complexos. A adoção de soluções como terminais de pagamento contactless e sistemas de self-checkout já se tornou uma realidade em grandes cadeias, mas há espaço para que as PME também apostem em meios de pagamento ágeis, apps de fidelização que permitem pagar via telemóvel ou até caixas móveis que evitem deslocações até um único balcão. Num país em que a conveniência tem cada vez mais peso na decisão de compra, investir em eficiência no checkout é um fator de diferenciação imediato.

As promoções e ofertas exclusivas também continuam a ser um motor poderoso para aumentar as vendas em lojas físicas. A sensibilidade do consumidor português ao preço é elevada, mas a forma como a promoção é comunicada faz toda a diferença. Estratégias como descontos relâmpago, campanhas de "leve 3, pague 2" ou ofertas de artigos complementares criam um sentimento de urgência e exclusividade. Mais do que simples descontos, estas campanhas devem ser pensadas para estimular a compra por impulso e reforçar a ideia de valor acrescentado. Lojas de moda, por exemplo, podem oferecer descontos adicionais em acessórios quando combinados com uma peça principal, incentivando compras múltiplas no mesmo momento.

Outra tendência que tem mostrado resultados consistentes é a integração entre o online e o offline, o chamado modelo omnicanal. Atualmente uma grande parte dos consumidores fazem pesquisas online antes de comprar em loja, o fenómeno conhecido como ROPO (Research Online, Purchase Offline). Por isso, disponibilizar informação em tempo real sobre stock em loja, permitir a reserva online com levantamento presencial ou usar campanhas de geolocalização para atrair clientes próximos pode ser decisivo para converter interesse em compras físicas. Este alinhamento entre canais digitais e loja física reduz a fricção na experiência de cliente e aumenta a confiança no processo de compra.

Não menos importante é o papel das equipas de venda, o consumidor valoriza um atendimento próximo, simpático e informado. Funcionários bem treinados, capazes de ouvir o cliente e oferecer soluções personalizadas, fazem a diferença no momento da decisão. Mais do que vendedores, os colaboradores devem assumir o papel de consultores, alguém que conhece o produto em detalhe, que entende as necessidades do cliente e que apresenta recomendações ajustadas. Este fator humano continua a ser um trunfo imbatível das lojas físicas em comparação com o comércio online.

A tecnologia também tem um papel crescente no reforço da experiência em loja. A utilização de sinalética digital, quiosques interativos ou até realidade aumentada, que permite visualizar um produto em contexto, como acontece já em algumas cadeias internacionais de mobiliário ou decoração, não é apenas uma tendência futurista, mas sim uma prática que pode ser adaptada em diferentes escalas. Em Portugal, onde muitas PME ainda hesitam em investir em soluções digitais, existem opções acessíveis, como tablets com catálogos interativos ou sistemas simples de personalização de produto, que podem melhorar significativamente a perceção de inovação e modernidade.

Por fim, a ligação da loja ao contexto local não deve ser negligenciada. Em cidades e vilas portuguesas, as lojas que criam uma relação próxima com a comunidade destacam-se. Participar em eventos locais, colaborar com outros negócios de bairro, apoiar iniciativas culturais ou comunicar de forma personalizada através de redes sociais com foco geográfico são estratégias que aumentam a notoriedade e reforçam a ligação emocional com os clientes. Esta proximidade, muito valorizada pelos consumidores, traduz-se em fidelização e passa-palavra positivo.

Aumentar as vendas em lojas físicas exige uma combinação de fatores, desde o cuidado com a experiência em loja, a organização do espaço e a formação das equipas, até à integração com ferramentas digitais e estratégias de marketing local. O sucesso não está numa única medida, mas na soma de pequenas melhorias consistentes que, juntas, criam um ambiente mais apelativo, eficiente e próximo do consumidor.

Num país em que a experiência de compra presencial continua a ser valorizada, as empresas que investirem em proporcionar valor real dentro da loja, através de conveniência, inovação e um serviço humano de qualidade, estarão melhor posicionadas para competir num mercado em constante transformação.

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