Práticas de DEI, Vantagens, Desafios e Qual o Contexto em Portugal
A importância crescente da DEI nas organizações
Nas últimas décadas, a temática da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) ganhou um espaço central no debate empresarial. Se antes era vista como um imperativo sobretudo ético, hoje já não restam dúvidas de que a DEI é também uma questão estratégica, capaz de influenciar diretamente os resultados financeiros, a inovação, a reputação e a capacidade de atrair e reter talento.

Estudos internacionais, como os realizados pela McKinsey, mostram de forma consistente que empresas com maior diversidade de género ou etnia têm uma probabilidade significativamente superior de superar concorrentes em termos de rentabilidade e crescimento. Outras investigações apontam ainda que equipas diversas tomam melhores decisões de forma mais consistente, contribuindo para soluções mais inovadoras e ajustadas à realidade de mercados cada vez mais complexos.
Mas a DEI não se esgota em estatísticas globais, é uma prática que tem reflexos concretos no dia a dia das organizações. Ambientes inclusivos tendem a promover maior motivação entre os colaboradores, reduzem a rotatividade e fortalecem a ligação emocional das equipas às empresas. O resultado é uma cultura organizacional mais sólida, capaz de reter talento e criar condições para que diferentes perfis possam contribuir de forma plena, sem barreiras ligadas a género, origem cultural, idade, orientação sexual ou outras dimensões identitárias.
O panorama português, avanços e desafios
Em Portugal, a discussão em torno da diversidade e da inclusão tem vindo a ganhar relevância, acompanhando tendências internacionais. O país surge bem posicionado em índices europeus de diversidade, com destaque para a evolução positiva na diversidade de género e cultural. Contudo, quando olhamos com maior detalhe, persistem desigualdades e desafios que importa reconhecer.
Um estudo realizado pelo BCSD Portugal, em parceria com a EY, revelou que apenas 27,3% dos cargos de direção executiva em empresas portuguesas são ocupados por mulheres. Esta realidade evidencia que, apesar do aumento da participação feminina no mercado de trabalho, a presença em posições de topo continua limitada. Além disso, há ainda uma diferença significativa nas condições contratuais, muitas mulheres encontram-se em situações de trabalho a tempo parcial ou em funções mais instáveis, enquanto nos cargos de liderança predominam os homens.
Outro dado relevante desse mesmo estudo é a perceção dos colaboradores sobre as políticas de DEI. Mais de 40% responderam "não sei" quando questionados sobre a existência de práticas na sua organização. Isto demonstra que, mesmo quando existem iniciativas, muitas vezes estas não são comunicadas de forma clara ou não se refletem suficientemente na cultura organizacional. Ou seja, a DEI em Portugal ainda se encontra numa fase embrionária, mais associada a boas intenções do que a políticas consolidadas.
Ainda assim, há sinais claros de progresso. Dados recentes indicam que cerca de 76% das empresas portuguesas já assumem a DEI como parte da sua estratégia, com algumas indústrias, como a tecnológica e a financeira, a destacarem-se pela adoção mais rápida de medidas estruturadas. Esta evolução mostra que, gradualmente, a DEI está a ser reconhecida não apenas como um tema socialmente relevante, mas como um verdadeiro motor de competitividade.
As vantagens reais para as empresas
As empresas que investem em diversidade e inclusão colhem vantagens em múltiplas dimensões. A primeira e mais visível é a capacidade de inovar. Equipas compostas por pessoas com experiências, origens e perspetivas diferentes tendem a questionar mais o status quo, a encontrar soluções criativas para problemas complexos e a adaptar-se mais rapidamente às mudanças do mercado. Num contexto empresarial em que a transformação digital e a globalização exigem respostas cada vez mais ágeis, esta pluralidade de pensamento torna-se um ativo inestimável.
A segunda grande vantagem está na reputação e na marca empregadora. Num mercado de trabalho competitivo, onde os talentos mais qualificados podem escolher onde querem trabalhar, as organizações que demonstram compromisso com a equidade e a inclusão têm uma vantagem significativa. Não se trata apenas de atrair profissionais jovens mais atentos a estas questões, mas também de criar um ambiente que valorize a autenticidade de cada colaborador. Tal autenticidade gera motivação, lealdade e maior produtividade.
Do ponto de vista financeiro, as empresas inclusivas também beneficiam. Não só porque reduzem os custos de rotatividade de colaboradores e evitam climas organizacionais tóxicos, mas também porque conseguem estabelecer relações mais sólidas com clientes e parceiros. Organizações diversas compreendem melhor mercados igualmente diversos, ajustando a sua oferta e comunicação a públicos distintos, aumentando a fidelização e a relevância da marca.
Um caminho necessário e estratégico
A adoção de práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão não deve ser encarada apenas como uma resposta a pressões sociais ou como uma tendência passageira. É uma transformação estrutural que traz vantagens claras às empresas, tanto do ponto de vista humano como estratégico e financeiro.
Em Portugal, os avanços são evidentes, mas os dados mostram que ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo no que toca à representatividade nos cargos de liderança e à transparência das práticas comunicadas internamente.
No entanto, é precisamente este contexto de evolução gradual que abre uma oportunidade única, as empresas que se posicionarem de forma pioneira no campo da DEI vão destacar-se como empregadores de referência, mais inovadores, mais resilientes e mais preparados para enfrentar os desafios de um mercado em constante mudança.
Ou seja, investir em DEI é investir no futuro: das pessoas, das organizações e da própria competitividade da economia portuguesa.
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